04 maio, 2009

PELE ...


Um comentário:

Isis Fantini Carneiro disse...

A FLOR DA PELE

Epiderme sensitiva que sinalizas
as paixões e quimeras que forjei.
Epiderme já curtida e já vivida,
recrudesce, as lembranças que andei.

Inda eriças meu pelo.
Inda me esfrias, inda me dás rubor.
Inda me trazes o gaguejo, o tremor.
Inda aromas no meu âmago a minha dor.

Epiderme debulhada de paixões,
de cantigas antigas,
velhos poemas,
insistentes memórias juvenis.

Desnuda-me,
retira-me a flor da pele,
de flor e pele já prescindo.
Instila-me um pouco a pouco de loucura:
“... grandes goles, d’água do esquecimento...”,
o imprevisível curso de um barco à deriva,
a paz,
com a infusão do
inconstatável.