28 janeiro, 2009

RUDÁ ...

Em 2005, já trabalhando com o MAM SP, veio a idéia de saber um pouco mais sobre a história do Museu ...
E resolvi iniciar uma pesquisa.
Muito empolgada, comecei a contatar as pessoas envolvidas.
Sim, eu gosto disso. Preciso olhar no olho, ouvir a voz, sentir a presença.
Minha memória é totalmente sensorial, uma mistura louca!
E foi assim que, através de amigos fui, pouco a pouco, formando uma rede.
Ligava. Explicava. Marcava horário.
Pegava minha filmadora (amadora) SONY e ... com a cara e a coragem seguia para a entrevista (e, confesso, na maioria das vezes ainda pouco ciente da história e importância do personagem a ser entrevistado).
E não foi diferente com o Rudá.
Já no contato telefônico soube que se tratava de uma pessoa extremamente acessível - ah, como gosto disso!
Animada, marcamos a visita para dali a poucos dias. Seria no sítio dele em Pedra Bela.
Ok, perto de Bragança Paulista? Humm ... melhor levar reforços!
Mas como não poderia ser ´qualquer um´...
" - Vamos à Pedra Bela entrevistar o Rudá de Andrade? Sairei bem cedinho ..."
E lá fomos nós, como intrépidos caçadores de histórias, por aquela estradinha de terra, até chegar ao nosso destino ...
Halina nos recebeu na porteira e nos levou até Rudá - e nos acomodamos na convidativa varanda de sua casa.
Filmei, fotografei, conversei. Amei.
Não falei muito. Escutei com atenção. Apreendi cada segundo.
Admiramos o sítio durante o café.
Agradeci por poder estar ali, naquele exato momento, com aquelas pessoas ...
O Rudá que conheci era assim: simples, direto, calmo. Encantador.

Lembrei-me dele neste domingo, dia do aniversário da cidade, ao ouvir sobre Pagu e Oswald. Estava num tour arquitetônico, no Cemitério da Consolação (concordo que não é o melhor lugar para se lembrar de alguém, enfim ...)

Por que não liguei mais para ele? Falha grande ...

Não sabia que estava internado, por conta de uma recente operação.

Hoje cedo recebi a noticia. Por email.
www.estadao.com.br/arteelazer/not_art313921,0.htm

E agora, na minha memória, guardo aquele momento.
Aquelas imagens.

Efêmeras ...

Eternas ...

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